Lagarta-das-maças e Lagarta-das-espigas, novo DESAFIO?
A agricultura moderna tem como uma de suas características a rápida adaptação à grande variabilidade de fatores a ela ligados, sejam: climáticos, de mercado, políticos ou sanitários. Dessa forma também o ano-safra de 2011/2012 foi bastante atípico principalmente em relação ao clima onde algumas regiões tiveram excesso de chuvas enquanto outras foram atingidas por longos períodos de estiagem. Mas a última safra não ficou caracterizada apenas pelas diferenças climáticas, uma praga já conhecida de todos, mas que há muito estava em segundo plano apareceu em muitas regiões causando enormes prejuízos. Trata-se da Lagarta-das-Espigas do milho (Helicoverpa zea).
Esta praga ainda que extremamente polífaga, no Brasil estava relacionada basicamente às culturas de milho e algodão, mas com baixo nível de danos, porém na última safra foram relatados ataques que causaram danos severos na cultura da soja e algodão em diversas regiões do país. Algumas áreas de produção de algodão no município de Luís Eduardo Magalhães – Bahia evidenciaram perdas da ordem de 50%, mostrando o potencial destrutivo que a Lagarta-das-Espigas apresenta quando não controlada de forma eficiente. Os danos foram potencializados basicamente por dois fatores, a dificuldade na identificação correta da praga e a utilização de inseticidas ineficientes no manejo.
1.Identificação da Helicoverpa zea (lagarta das espigas):
O grande erro cometido na safra anterior foi à confusão feita na identificação das pragas, uma vez que a lagarta-das-espigas é bastante semelhante à lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens), sendo esta última encontrada com maior frequência entre as grandes culturas no Brasil. Para identificar corretamente a lagarta-das-espigas é necessária à atenção aos adultos (mariposas) que possuem asas de cor amarelo-parda com uma faixa transversal mais escura enquanto que a lagarta-das-maçãs tem as asas de coloração verde-oliva, com três linhas claras nas asas. Na fase larval, utilizar lentes de aumento (de bolso) para observar micropêlos que saem de pintas salientes no corpo da lagarta-das-maçãs, enquanto que a lagarta-das-espigas apresenta as mesmas pintas salientes no corpo, porém sem a presença dos micropêlos.
2.Eficiência dos Inseticidas:
Acostumados com o controle da lagarta-das-maçãs e aliado à dificuldade em diferenciar a lagarta-das-espigas o manejo químico ficou muito comprometido, uma vez que alguns dos inseticidas que possuem ação sobre a primeira são pouco eficientes no controle da segunda. Os inseticidas que foram bastante eficientes no controle da lagarta-das-espigas foram os inseticidas do grupo das Diamidas. Outros inseticidas, mais comumente usados, tiveram baixa eficiência no controle desta praga.
Como safra após safra temos tido as mais variadas situações e, portanto nunca conseguimos prever de forma eficiente o que ocorrerá na safra vindoura, também não podemos afirmar que a lagarta-das-espigas voltará com a mesma intensidade e provocando os mesmos danos, mas é certo que devemos estar atentos para que não sejamos surpreendidos e em caso de ocorrência da praga estarmos preparados para realizar o controle de forma eficiente.
FONTE: Proest – Tecnologias Integradas Ltda.
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