Carência de Boro no Cafeeiro

Deficiência de Boro na Folha do Cafeeiro.

O boro é um micro-nutriente importante no desenvolvimento e na produtividade de cafeeiros. Ele participa da divisão celular, do crescimento das células e da parede celular. Atua no processo de fecundação dos frutos, favorecendo o crescimento do tubo polínico e na fecundação, em si, no ovário do fruto. Os sintomas normais de carência de boro se apresentam nas folhas novas, que aparecem deformadas, afiladas, pequenas, com bordos arredondados. A superfície das folhas fica granulada, ocorre morte de gemas apicais e super-brotamento, com as brotações formando “palmetas” ou leques. Ocorre seca de ponteiros, que pode ser confundida com o ataque de Phoma. Em época muito seca aparece um sintoma típico, o encurvamento do ramo lateral, na região do 3º-5º últimos nós, para baixo e logo para cima. Também ramos secundários apresentam pequeno engrossamento junto à sua ligação no primário, pendem para baixo e se desprendem dele. Em condições de carência mais graves de boro ocorrem sintomas ainda pouco conhecidos da maioria dos técnicos de campo. Trata-se da ocorrência de pontuações negras e corticosas junto à nervura principal, em folhas recém-nascidas. Essa espécie de necrose pode evoluir e tomar quase toda a extensão da nervura central da folha, provocando o seu entortamento. Também aqui pode-se confundir com o ataque de Phoma, porem no caso de carência de B não se observa a lesão negra, de forma arredondada, típica da doença. Análises feitas nesse par de folhas com sintoma mostra teores muito baixos de B, na faixa de 10 ppm.O sintoma aqui descrito ocorre tanto em cafeeiros arábica como no robusta-conillon. Muitos já sabem, mas não custa aproveitar a oportunidade para lembrar, que os fatores que levam à carência de B são os solos pobres no nutriente, por deficiência real, principalmente em solos muito arenosos, naqueles de cerrado e nos com baixo teor de matéria orgânica.

A deficiência de boro pode ser induzida pela falta de cobre, pelo excesso de calagem, excesso de chuvas, longo período de estiagem e excesso de potássio. A correção da deficiência de B é mais eficiente e duradoura no fornecimento via solo, sendo o sistema mais indicado quando o teor de B no solo for inferior a 0,5 ppm. Em casos menos severos, a aplicação foliar também corrige a carência.